Cuckold Night: incentivando o fetiche que mais cresce no Brasil
Conversamos com Zeus, criador da festa, e reunimos histórias reais, bastidores e reflexões que vão muito além do que você imagina.
Bibihot
6/11/20254 min read


Há desejos que nascem do impulso, outros da curiosidade. Mas há aqueles que florescem apenas quando encontram liberdade, confiança e acolhimento. O fetiche cuckold é um exemplo disso, uma prática ainda envolta em tabus, mas que se revela, para muitos casais, como um espaço de descoberta e cumplicidade.
No vocabulário do meio liberal, cuckold é o termo usado para homens que sentem prazer em ver suas parceiras se relacionando com outros homens e que originalmente tinha o jogo da submissão e dominação advindas do BDSM.
A figura feminina, por sua vez, é conhecida como hotwife, mulher empoderada, segura de si, desejada e que vivencia sua liberdade sexual com o consentimento e incentivo do parceiro.
Mas como toda vivência humana, esses termos estão longe de serem estáticos. Cada casal reinventa sua dinâmica dentro do que faz sentido para si. Alguns gostam de assistir, outros preferem participar.


Há quem imponha limites rígidos (não pode beijar, por exemplo), e há quem os dissolva com fluidez. O importante é lembrar que não existe um “manual de instruções” dentro do meio liberal. O que vale é o acordo, o respeito mútuo e o desejo consentido. Cada um procura fazer da forma que fizer sentido para eles.
Como reforça Zeus, criador da festa Cuckold Night: “Na Cuckold Night, eu diria que 90% do público que vai já está bem claro com a ideia do evento. Então, mesmo sendo uma prática complexa, as pessoas já vão sabendo o que estão buscando realizar”.
A Cuckold Night: pioneirismo na festa temática para esse público
Foi pensando nesses casais e nos solteiros que entendem e respeitam a dinâmica, que nasceu a Cuckold Night, a primeira festa temática do Brasil focada inteiramente nesse universo.
O evento iniciou na Hotbar SP, uma das casas liberais mais famosas do país e tem como proposta reunir, com conforto e sensualidade, casais e homens solteiros que compartilham dessa fantasia.
O criador do evento é Zeus, nome conhecido no meio liberal. Com mais de 10 anos de experiência no swing, ele também é relações públicas da Hotbar e sócio do app HotSwingers. Sua dedicação em criar um espaço seguro e excitante para essa prática fez da Cuckold Night um verdadeiro fenômeno dentro do segmento.
“O grande objetivo da festa são casais que procuram solteiros, e solteiros que procuram casais”, explica. “Mas recebo público de diferentes fetiches porque a festa proporciona tanto tesão que muita gente se encanta mesmo sem ter o fetiche específico”.


Segurança, regras e respeito
Engana-se quem pensa que uma festa como essa é sinônimo de bagunça. Pelo contrário: a estrutura é planejada para garantir o bem-estar e a tranquilidade de todos os participantes.
Outro ponto importante é o cuidado com a estrutura física da casa. “Os desafios são sempre em reunir ambientes privados e coletivos que atendam a todos. A estrutura é um dos pilares pra eu decidir onde realizar a festa”, completa.
Desmistificando o cuckold
Zeus também observa uma transformação no perfil do público e na percepção sobre o tema. “Hoje o Brasil inteiro faz a festa. Casais jovens estão se deliciando com o fetiche e potencializando a relação deles. Acho que o maior tabu está no marido que tem esse desejo, mas com medo do julgamento, acaba se retraindo. A Cuckold Night está tirando cada vez mais maridos do armário”, brinca.
O ambiente da festa favorece não só o prazer, mas também a aceitação. “A primeira regra é o respeito. Todas as outras vêm depois disso. É por isso que quem vai uma vez, volta. O clima da festa transforma, liberta”.
Diferente de eventos padronizados, a Cuckold Night é viva, muda e se adapta a cada edição, com base no retorno dos participantes. “Eu diria que a cada evento é um aprendizado! Pegamos esse Feedback através da conversa que gosto de ter com o maior número possível de pessoas na festa, mas através do Site e todas as mídias! Aí sabemos se estamos mais acertando ou errando em algo!”
E são dessas conversas que surgem momentos inesquecíveis. “Teve um casal que se casou no dia da Cuckold Night e veio direto do cartório para a festa. O marido queria que eu transasse com a esposa antes dele, como um ritual de início da lua de mel deles. Foi marcante demais”.
O empecilho das restrições das redes sociais
Apesar do sucesso, a divulgação enfrenta obstáculos, especialmente em plataformas como o Instagram. “Eles derrubam até post com símbolo, mesmo sem palavras. Por isso hoje focamos em redes como Twitter, Telegram, WhatsApp e nas próprias baladas. Mas quero expandir mais”, diz Zeus.
A meta, inclusive, é levar a Cuckold Night para outros países. “Vejo a festa acontecendo em cinco países diferentes nos próximos anos: Brasil, Estados Unidos, Portugal, Itália e Jamaica. E, claro, estou super aberto a parcerias com organizadores que enxerguem esse potencial”.
Um convite para viver sem medo, sem culpa!
Se você chegou até aqui com o coração batendo mais forte ou a mente instigada, talvez a Cuckold Night seja exatamente o que faltava na sua jornada dentro do meio liberal. Para quem pensa em ir pela primeira vez, Zeus é direto:
“Vem sem medo. Serão muito bem recebidos, independente do que farão ou não. Vivenciem a festa. Vai fazer muito bem pra vocês, eu garanto.”
E se por acaso você ainda se pergunta se essa festa é para você, talvez a melhor resposta seja experimentar. Porque no fim das contas, mais do que sobre sexo ou fetiche, a Cuckold Night é sobre liberdade. É sobre respeito. É sobre sair do armário, qualquer que seja o seu o importante é se libertar e viver um relacionamento honesto, livre e claro, muito gostoso!
Acompanhe a Cuckold Night nas redes
Escrito por Bibihot
Entrevistador: Renato